segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Tomando Folego

Quando descolamos a mente por um segundo que seja das coisas do mundo criado pelo homem, no qual estamos todos mergulhados, mesmo que seja apenas por este breve segundo, fica clara a quantidade de entulhos “importantíssimos” que ocupam nossa mente com os mais variados niveis de profundidade, complexidade e importância mas, não importa, isto varia de pessoa para pessoa de acordo com sua história e características, o importante de se observar é o quão longe as pessoas ficam de si mesmas e da tão lembrada felicidade, não que ela exista da forma como pensa o homem ingênuo mas, pode-se flertar com ela, com certeza. Este flerte infelizmente é de difícil alcance para o homem de hoje, tão mergulhado no automatismo, inclusive no nível emocional, sempre reagindo, que está fadado a viver décadas perseguindo miragens e somente econtrando areia e mais areia, seca e vazia.
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Quando alguém experiencia algo aquilo é real para esta pessoa então se alguém totalmente envolto destes entulhos sente-se feliz, ele realmente o é, mas aonde está ancorando seu bem estar? Qual a estabilidade deste solo? Esta felicidade durará? Será que os mecanismos que trazem a sensação de felicidade a esta pessoa refinam de alguma forma o seu espírito ou apenas a fazem correr o tempo com um sorriso superficial, ainda que belo e verdadeiro? Este amontoado de palavras aparentemente pessimista é apenas o reflexo do flerte com tal realidade que hora ou outra ocorrem quando tiro a cabeça pra fora d´agua e tomo folego para novamente mergulhar em toda esta complexa sopa que é o mundo criado pelo homem.
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Uma vez tendo mergulhado novamente, tento sustentar o que vislumbrei quando estava tomando o folego mas este vislumbre vai se tornando cada vez mais vago e finalmente mingua como um sonho muito louco que não se quer esquecer mas a mente vai jogando esta memória de gaveta em gaveta, pois volta a ocupar-se com o que “é importante” até fazer aquele sonho cair no quartinho dos fundos do esquecimento, agora novamente o objeto da minha consciência são as coisas do mundo e volto a me alimentar delas como todos os outros, sorrindo feliz da vida!
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Escrevo tentando evitar este esquecimento mas percebe-se que só fica o lamento, o que tinha mesmo do outro lado... não me lembro.

2 comentários:

  1. É mestre Zezé! Flertar com a realidade! A vida é um Simulacro!

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  2. "Drunst das noviak und porndt vast!"... já dizia o célebre 'the Osmar'...rs...
    Pois é, amigo, grande viagem nessa roda de mistérios que é a realidade! O que dizer, então, da tal felicidade, hein!? Por vezes, ela acaba se escondendo naquele tal 'quartinho dos fundos', não é mesmo? Ééé... o relativo está sempre ativo!
    Te deixo um abração de E.T., cara - mas não se assuste, viu!? Fique na energia divina...

    the Osmar

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