terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Exercício

O Universo é neutro mas o acúmulo da bilhões de historias pessoais intercruzadas construiu ao longo dos séculos um mundo que tenta ser harmônico mas o fato é que este mundo é permeado por ignorância, automatismo e falta de compaixão. Estando mergulhados agora neste mundo e partindo do pressuposto que tentamos fazer o melhor, em que nível o que fazemos nos torna melhores seres humanos? Percebemos muitas coisas em muitos níveis que nos fazem sentir o desejo de que algumas coisas fossem diferentes e, quando sentimos indignação nos lembramos que somos humanos e inconscientemente já nos sentimos bem por isso mas, lembrar disso não é suficiente para nos aprimorar.
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O pensamento é um estágio mas são três os níveis em que tocamos o mundo concreto, pensando, falando e agindo e somente quando estes três níveis representam verdadeiramente a sua indignação interna é que o exercício de se aprimorar estará ocorrendo plenamente pois você flui como um rio de dentro pra fora e esta autenticidade o levará a escolhas e consequencias e a lida com uma e com outra trarão novas questões internas que refletirão em novas escolhas e consequencias e, assim por diante, o refinamento ocorre. Nunca estamos fora deste exercício pois viver fora deste caudaloso rio de autenticidade ja é uma escolha que gera consequencias então o processo já é ativo, estamos mergulhados nele fisicamente.
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Se abraçar esta dinâmica fosse fácil todos já o teriam feito naturalmente mas, o homem justamente guarda suas indignações, atrofiando sua essência, escolhendo o que é mais fácil no momento, isto para coisas mínimas ou grandiozas, não importa, o padrão comportamental é o mesmo, é um reflexo de proteção.

Felicidade ou Paz?

Muito se fala sobre a busca do homem pela felicidade, sendo a meta, o grande objetivo mas, vendo as lutas diárias das pessoas pelos seus objetivos sejam eles quais forem, vendo o esforço pra trabalhar as suas questões mais difíceis ou o esforço para preencher vazios internos enfim, esse movimento todo as vezes me parece não uma busca pela felicidade mas uma busca pela paz, a paz interna, esta parece ser mais concreta que a felicidade, talvez seja apenas uma questão de chamar uma mesma coisa disso ou daquilo. Quando uma pessoa escolhe não enchergar algo importante dentro de si, este fato antes de trazer infelicidade lhe tira a paz interior e não ao contrário mas esta pessoa pensará "poxa, sou infeliz" e não "poxa, não sinto paz". Se conforme o tempo for passando a paz de espírito reinar aí talvez alguem possa dizer que é feliz, mas e a paz de espirito do outro? E a paz de espírito da humanidade? Estas não são necessárias para ser feliz?
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Quando se fala em paz aquele simbolismo contemplativo e calmo é ativado mas me refiro áquela que vem quando tudo que tem para ser apasiguado é apasiguado, tudo que há para ser preenchido é preenchido. Enquanto um fica em paz quando medita ou descansa ou trabalha outro está em paz pulando de para-quedas ou ficando insône lendo um livro. Tanto a paz como a felicidade dependem dos processos internos de cada um pois, a humanidade é como uma grande cidade pulsante em que cada casa é de um jeito e tem sua história, com cômodos diferentes aguardando móveis, com as luzes acesas de acordo com a rotina de quem nela mora ou sem receber visítas há tempos e tendo paredes diferentes descascando.
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Este post está publicado no blog www.saopaulourgente.blogspot.com , o que muito me honra. Este blog de conteudo útil e muito bem trabalhado relaciona assuntos gerais e á respeito de São Paulo. Visitem!

A Rigidez da Própria Visão

Conforme estimulos bombardeiam o cérebro, um holograma é formado em nossa mente e vivemos este filme criado por nós mesmos, interagindo com o vários outros filmes dos outros. A realidade do mundo humano é então a somatória de todas as bilhões de realidades individuais sobrepostas e inter-relacionadas, a resultante desta somatória é a realidade no nível coletivo, são os pontos em que todos “concordam” e que coincidem de uma realidade para outra.
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Sendo assim, por mais que algo percebido possa ser plausivel e lógico ou ainda que algo beire realmente alguma verdade absoluta, ainda sim, é a uma concepção individual então como se pode ser rigido em relação à algo? Quando somos rigidos em relação a algo é porque os elementos da nossa biblioteca estão tão cristalizados como reais que não enxergamos literalmente outras possibilidades. Isto pode permear a tudo, uma visão de mundo, um comportamento ou as relações entre as pessoas.
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Este raciocínio faz questionar toda nossa própria biblioteca, a forma com que tudo se relaciona com tudo mas, sem a ansiedade de sair reprogramando, destruindo, negando ou fugindo mas, conseguindo ver de fora a própria visão das coisas. Perceber que certos conceitos com os quais sempre trabalhamos para interagir com o externo podem ser alterados radicalmente, trazendo num primeiro momento um vazio mas também uma sensação de leveza pois é como libertar-se das próprias defesas e das próprias escolhas inconscientes abrindo para si mesmo novas formas de enxergar o mundo e a vida, nunca havendo solução final mas apenas caminhos a seguir dentro e fora.
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As vezes enchergamos o mundo como está configurado, como tudo funciona e percebemos como há distorção, como há coisas que deviam ser diferentes mas imagine o impacto de alastrar esta visão crítica pra dentro de si, vendo as próprias distorções e finalmente ausentando-se de tudo isso para buscar ver tudo num novo nível de clareza. Não é tarefa fácil mas, deve valer a pena o movimento constante de buscar isto.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Tomando Folego

Quando descolamos a mente por um segundo que seja das coisas do mundo criado pelo homem, no qual estamos todos mergulhados, mesmo que seja apenas por este breve segundo, fica clara a quantidade de entulhos “importantíssimos” que ocupam nossa mente com os mais variados niveis de profundidade, complexidade e importância mas, não importa, isto varia de pessoa para pessoa de acordo com sua história e características, o importante de se observar é o quão longe as pessoas ficam de si mesmas e da tão lembrada felicidade, não que ela exista da forma como pensa o homem ingênuo mas, pode-se flertar com ela, com certeza. Este flerte infelizmente é de difícil alcance para o homem de hoje, tão mergulhado no automatismo, inclusive no nível emocional, sempre reagindo, que está fadado a viver décadas perseguindo miragens e somente econtrando areia e mais areia, seca e vazia.
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Quando alguém experiencia algo aquilo é real para esta pessoa então se alguém totalmente envolto destes entulhos sente-se feliz, ele realmente o é, mas aonde está ancorando seu bem estar? Qual a estabilidade deste solo? Esta felicidade durará? Será que os mecanismos que trazem a sensação de felicidade a esta pessoa refinam de alguma forma o seu espírito ou apenas a fazem correr o tempo com um sorriso superficial, ainda que belo e verdadeiro? Este amontoado de palavras aparentemente pessimista é apenas o reflexo do flerte com tal realidade que hora ou outra ocorrem quando tiro a cabeça pra fora d´agua e tomo folego para novamente mergulhar em toda esta complexa sopa que é o mundo criado pelo homem.
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Uma vez tendo mergulhado novamente, tento sustentar o que vislumbrei quando estava tomando o folego mas este vislumbre vai se tornando cada vez mais vago e finalmente mingua como um sonho muito louco que não se quer esquecer mas a mente vai jogando esta memória de gaveta em gaveta, pois volta a ocupar-se com o que “é importante” até fazer aquele sonho cair no quartinho dos fundos do esquecimento, agora novamente o objeto da minha consciência são as coisas do mundo e volto a me alimentar delas como todos os outros, sorrindo feliz da vida!
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Escrevo tentando evitar este esquecimento mas percebe-se que só fica o lamento, o que tinha mesmo do outro lado... não me lembro.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crianças no Gira-Gira

Um grande exercício para buscar flutuar menos entre as polaridades da dualidade é tentar, mesmo estando mais próximo do seu polo negativo, manter vivo e fresco na consciência tudo aquilo de elevado e inspirador que foi alcançado quanto tudo estava “bem e estável”. Porque é bem comum "amaldiçoar" as próprias conclusões quando as coisas já não estão fazendo tanto sentido.
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É como quando as crianças brincam no gira-gira, elas aceleram cada vez mais, rindo e gritando, é cada vez mais difícil manter-se firme no brinquedo, tendo exigida muita força dos braços que agarram firme e evitam que o corpo seja atirado para fora do brinquedo. O centro do gira-gira representa o equilíbrio, a força que tenta atirar as crianças para longe deste centro são todos os obstáculos da vida que nos cegam para a real natureza das coisas, a área que circunda o gira-gira representa os estados de espírito gerados quando o ser-humano se entrega á qualquer extremo, perdendo-se e distorcendo sua visão de mundo.
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A tentativa constante da criança manter-se presa ao brinquedo agarrando-o firmemente com os braços, tentando alcançar seu centro, onde tudo é dinâmico mas equilibrado é exatamente este exercicio de, mesmo estando na dinâmica que afasta do centro, manter a “mira” neste mesmo centro. Quanto mais firme é este treino, mais firme se mantém neste eterno movimento rumo ao centro “do gira-gira”.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Experiência da Separação

O homem experiencía tudo que se relaciona a “ser um indivíduo” porque experiencía, antes de mais nada, a Separação. Ter a consciência individual é ter a sensação de estar separado do todo, trazendo muitas experiências impossíveis de serem vivídas quando se esta completamente consciênte da ligação que se têm com este todo. Somos uma fração deste todo manifesta por meio de um copro físico e esta condição nos trás todo o pacote de sensações inerentes ao ser-humano. Quando um ser-humano “desperta” ele torna-se consciênte da Separação logo, sofre ou ilude-se menos diante das coisas do mundo. Quando um ser-humano “se ilumina”, ultrapassa a consciência da separação, alcançando um outro patamar da existência.
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A experiência da separação serve para mergulharmos em perspectivas que, com muito ou pouco custo, nos sirvam para crescer e nos aprimorar profundamente. E para isso acontecer tem que ser “de verdade” ou seja, na carne, então, nascemos totalmente esquecidos disso e assim, podemos viver coisas como a solidão, a angustia e a saudade e assim aprender com estas coisas, entendendo que precisamos dos outros humanos, precisamos nos harmonizar com eles, numa busca constante de simular este retorno ao todo mal sabendo que, na verdade, nunca fomos separados de nada.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Uma Longa Linha

O mundo físico é neutro, ele é o palco que permite qualquer manifestação e, embora apenas escolhas harmônicas com a essência evoluam o espirito, este palco permite a manifestação a partir de qualquer escolha possível. Tem que haver a possibilidade delas ocorrerem, se assim os seres manifestos decidirem, pois é na sua ocorrência somada à toda rede de consequências que estes seres aprendem, mesmo que suas escolhas estejam baseadas em pensamentos tão cristalizados que elas se repitam indefinidamente, configurando um padrão.
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Numa persperctiva mais ampla da linha do tempo da existência, este “indefinidamente” é um piscar de olhos, nela, o ser manifesto vai, no seu rítmo, conciliando a dualidade existente dentro dele e então, embora o palco neutro do mundo físico permita qualquer manifestação, suas escolhas flutuarão cada vez menos entre os polos da dualidade atingindo o caminho do meio, onde tudo cabe na medida certa. A partir deste ponto, nessa linha do tempo, o ser manifesto vê tudo como realmente é, tornando-se neutro como o proprio mundo que o suporta, agindo então com total equilibrio, a isto se chama equanimidade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

E lá se foi...

Nos deparamos sempre com a constante transformação do ser em uma nova versão de si mesmo e, por mais que tente fixar algumas destas versões, ainda sim elas continuam indo e vindo. Este é o processo que leva a constatação de que não "somos algo" mas "estamos sendo", sempre flutuando ao longo do rio da vida, escolhendo quais lobos alimentar dentro de nós, com a ilusão de possuir livre-arbítrio, de possuir um grande pacote de escolhas senão a de seguir a essência.
Sim, não há muitas opções a "escolher", uma vez que, se você escolher não seguir sua essência, ou o que sua alma pede, só estará dando uma volta maior para chegar no mesmo lugar. Não há saída senão aprender a flutuar por este rio vasto e desejar sempre o que ele trás no momento, se o rio trás lama, desfrute essa lama com profundidade, se o rio trás água quente, não deseje água fria para refrescar, pois deixará de desfrutar a água quente e além do mais, nada mais dinãmico que o fluir de um rio, então saiba, a água fria uma hora virá e aí, sentiras saudade da água quente?
Desejar o que o rio trás nada tem a ver com conformismo em relação aos fatos da vida mas com aproveitar com plenitude a única coisa que se tem de verdade, o Agora.
O ser humano não é um eterno insatisfeito, é um ser que sempre deseja o "por vir", deixando o presente passar batido, porque é mais feliz vivendo o futuro ideal dentro da mente do que a simplicidade e sutileza do momento presente... ... ....E lá se foi uma vida inteira...

Entre e Além

O nascimento e a morte são as portas de entrada e saída do mundo manifesto é nada mais, sendo que há muito "entre" e "além" destas portas. Com relação ao que está "além", cabe a cada um, conforme seu caminho, buscar o entendimento mas, a dinâmica do que há "entre" elas não deve ser ignorada pois, independente do seu entendimento, é por ela que permeamos no espaço-tempo e definimos com que refinamento dele saímos.

Dualidade na Densidade

A densidade não é algo fácil para o homem comum, aqui há muitas coisas que tiram o foco, que drenam e perturbam e, as mais temerárias delas, coisas que fazem alterar o estado de espirito, nos fazendo perceber como bobagem ou ilusório o que pensavamos quando “estava tudo bem e equlibrado”. Ah a densidade! Nela estamos mergulhados fisicamente, atrelados, ligados, dela somos feitos.
Temos que aprender uma série de coisas para se manter como fonte da prórpia calma e força, não importando os estimulos externos para, aí sim, fazer o que vai realmente valer a pena mas, atingir essa condição exige tanto esforço que é melhor não ter ansiedade para com ela pois pode ser que esta busca em si já seja o grande exercicio da experiência humana.
No caminho para esta condição, enquanto ela não chega pra valer, é melhor aceitar a própria instabilidade, evitando assim o culpar-se, o julgar-se e perceber que, como humanos, temos a dualidade dentro de nós e equanto não atingirmos total equilíbrio e “caminho do meio” conciliando a dualidade, então ainda seremos instaveis, pois ainda flutuaremos entre os polos. Então, busque essa conciliação da dualidade, buscando a medida certa de todas as coisas, sendo potencialmente todas e nada ao mesmo tempo mas, de maneira tão acelerada que nada exagera nem falta.
Até lá aceite, você é humano e esta no mundo das coisas densas portanto você é instavel pois tem a dualidade dentro de si.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tempo - Espaço

Todos chegam da mesma forma que partem
Então não importam as partidas e chegadas
Mas o homem vive a mercê de como chegou
Preocupando-se com a tal partida
Ousado daquele que trata apenas de ir sendo
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Estando no aqui e agora
Sabendo que nada mais há
Partidas e chegadas tem sentidos opostos
Ainda que sejam igualmente passagens
Certo que servem para permitir
O grande exercício de evoluir

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Escolhas no Agora

Quantas vezes nos pegamos praguejando o Universo e o “destino” por estarmos descontentes com nossa configuração de vida? É necessário compreender que tudo é escolha. Esta configuração que amaldiçoamos é a somatória das consequências das nossas escolhas passadas, neste nível, criamos nossa realidade. A vida é escolha no Agora, tudo que temos é “este momento” e o que fazer dentro dele (escolha), sendo assim, estamos sempre escolhendo ( criando nossa realidade futura).

A grande chave é entender o timming das coisas, a realidade de agora é fruto do conjunto de consequências das escolhas passadas e a realidade futura será a somatória do conjunto de consequências das escolhas do agora portanto, o foco e o equilíbrio no agora são os elementos necessários para trilhar um caminho bem-aventurado.

Existe uma diferença de rítimo entre algo vivido no nível mental e quando isto é vivenciado através da interação com o mundo externo, é como movimentar-se com desenvoltura por um meio e, derrepente, ver essaa velocidade e desenvoltura tornarem-se mais trabalhosas e difíceis por se darem agora num meio mais denso; entender a diferença entre estes rítimos é importante para evitar a ansiedade e não perder a simplicidade de estar no agora.

Pensar no futuro para “planejá-lo” ou relembrar o passado tem sua função, mas não deve-se apegar-se à eles, ficando assim preso em um ou no outro, servem como bagagem para fazer escolhas mais harmônicas no agora e mirar um objetivo claro respectivamente. Um objetivo no futuro é algo para se mirar mas também não é necessário apegar-se a ele, pois o foco no mesmo pode ser apenas um instrumento para leva-lo por caminhos novos e não planejados.

Se o apego ao objetivo estabelecido for acentuado demais torna-se difícil enchergar os frutos que podem aparecer pelo caminho traçado através do foco em um determinado objetivo, sendo que, muitas vezes, pode-se chegar até mesmo a negá-los, alimentando assim um processo de escolhas menos harmônicas.

Tudo é uma rede que interliga as escolhas de todos o tempo todo, de forma complexa e líquido, se cada um harmonizar suas próprias escolhas, confiantes e serenos no aqui e agora o grande corpo chamado humanidade pode potencialmente exibir sua forma geométrica simétrica e perfeita.

Santo de Casa Não Faz Milagre

Esta sábia frase popular sintetiza uma dinâmica crucial do comportamento humano sobre o qual reflito muito, várias das vezes em que estou com algum destes assuntos sobre os quais escrevo na cabeça, eles acabam convergindo para o assunto desta frase, os rótulos.

O ser-humano precisa de um santo, um mestre, um gurú, enfim, uma referência de sabedoria para confiar e acreditar. Dentro deste mecanismo a fonte do saber “tem que” estar em outro patamar, só assim “é possível” ter condições para indicar o caminho.

A lógica deste mecanismo se baseia no rótulo, ou seja, em como uma pessoa “precisa” ver alguém de uma certa maneira para lhe dar o crédito suficiênte para escutá-la de verdade.

O rótulo “O Mestre” é o envólucro da perfeição, tendo nobreza, elevação, humildade e sabedoria e não tendo defeitos, fraquezas ou pequenisses. Mas, por vezes muitos que são Mestres questionam e sofrem, mestres têm ciclos, mestres são humanos, são pessoas, mas isto não é suficiente para o ser-humano, para ele apenas aquele que conciliou a dualidade e não titubeia diante dela pode iluminar o caminho.

Este assunto poderia se extender bastante pois o apego aos rótulos limita preocupantemente a existência e a criação de uma realidade mais feliz mas encerrarei por aqui com um exemplo.

Quantas coisas simples e valiosas um amigo, uma mãe ou uma criança já disseram a uma pessoa mas nem arranharam a superficie de sua alma porque a lente através da qual esta pessoa lê a realidade rotula este amigo, mãe ou criança, esta lente vê seus defeitos, vê que são humanos, que são tão humanos quanto ela, logo, não podem passar algo mas profundo.

Sendo assim, não permitimos que a pessoa que está “logo ao lado” ilumine nossa vida, assim como temos dificuldade de iluminar o nosso entorno. Por que...? Porque santo de casa não faz milagre horas!rsrs

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Querer controlar

Toda tentativa de compreender o funcionamento das coisas pode transparecer grande espiritualidade e trazer com o tempo um lapidar da visão de mundo, tornando-a mais equânime e profunda, mas por mais que estes “ganhos” sejam reais e legítimos, parecem também o efeito colateral de uma tentativa desesperada de compreender a vida para controlá-la, para assim se proteger da sua instabilidade, por mais que a consciência de como esta tentativa é inútil já tenha sido agregada ao sistema, este reflexo permeia os atos mentais. Tudo é transitório, uma posse, um relacionamento, uma conversa, um pensamento, mesmo que algo dure ciquenta anos, ainda é transitório, e o conjunto da transitoriedade de todas as coisas dá a impressão de instabilidade porque algo está sempre vindo e algo está sempre indo.
A compreensão dos processos do Universo então devem trazer o equilíbrio e a neutralidade necessárias para se estar sempre preparado para todo este ir e vir sem aviso ou despedida e não para a crença de que qualquer coisa possa ter sua dinâmica controlada totalmente. Isto se correlaciona com o exercício do Livre-Arbítrio pois treinar o desprendimento desta necessidade toda é uma escolha, mas ao mesmo tempo este treino pode ser resumido de forma bem simples, basta estar sempre no agora de verdade
Quando estamos no AGORA, os fantasmas do passado e os medos do futuro saem do foco mental e por tabela a necessidade de controlar é desativada.
E você? Consegue ficar no AGORA? O que tira você da única coisa que tem, este momento?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Livre-Arbítrio

Mesmo que alguns tenham a sensação de serem inadequados, de serem “de fora”, de não se identificarem com nada por aqui, ainda há uma razão para “estarem” neste contexo, então talvez valha a pena buscar este entendimento e ir em frente aproveitando bem esta janela de manifestação. Isto em si já é a perspectiva profunda do livre-arbítrio, neste tipo de escolha, da escolha de querer enxergar com neutralidade as coisas como elas realmente são, enfrentando as próprias resistências e não se baseando apenas no que é mais agradavel, porque uma escolha influencia a próxima como uma grande e complexa rede de possibilidades potenciais pela qual se percorre um único caminho.

Esta perspectiva mais profunda do livre-arbítrio demonstra a pronfundidade com que somos responsáveis pelo nosso caminho, tráz um friozinho na barriga, ela nunca dá espaço para que assumamos o papel de vítima mas, quando entendemos essa complexidade sob a luz da evolução e aprendizado constante, uma sensação de euforia, de explorar as possibilidades com alegria surge e então não há o que temer.

Quando pensamos em livre-arbítrio costumamos pensar em “pedir demissão ou aguentar este trabalho”, “ir a festa ou ficar em casa”, “colocar a camisa branca ou a vermelha”, realmente isto tudo está no espectro do livre-arbítrio mas existe todo um raio de ação, num nível mais na raiz das coisas, no qual também exercemos nosso livre-arbítrio, e vamos regendo nosso existir e criando nossa realidade mas, por tocar as ações inconscientes, automáticas e padrôes de comportamentos moldados desde sempre, simplesmente não percebemos.

Tudo fica ainda mais nebuloso por confundirmos nossa essência com nosso EGO, por isso, para exercer o livre-arbítrio é primeiro necessário um processo constante de buscar o auto-conhecimento, limpando entulhos da nossa mente e quebrando padrões novos e antigos, este processo exige tamanha sinceridade consigo mesmo e firmeza de proposito tal que já consiste um treino intenso de livre-arbitrio pois querer “encarar” isto é uma destas escolhas mais profundas e difíceis de botar em prática de verdade (no dia-dia) mas, que pode gerar a capacidade de criar uma realidade mais alinhada com a própria essência.
Como você sente exercer o seu livre-arbítrio? Até que nível você faz isto com consciência? A forma como você utiliza do seu Livre-Arbítrio está direcionando a sua realidade de encontro com a sua essência? Deixe registrado o que surgir na sua mente.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

As Curvas do Caminho

Antes de arrebentar o pé eu me sentia bem, numa época bacana e intensa. (apenas esclarecendo, rompi o tendão de aquiles jogando Futebol e tive que passar por cirurgia e tudo mais para voltar a andar) Me sentia bem porque estava vivendo de acordo com minha essência e, quando fazemos isso, sempre sentimo-nos bem. Mas a essência pode gerar muitas dinâmicas sendo que, muitas dessas nos lançam em direções que fogem do que é o melhor para a gente. Quando “intencionamos a partir da essência” não estando com a mente sob um bom nível de clareza, sendo então uma fantasia, então rumamos para uma ilusão “do melhor”.
O perigo está no fato de, por vir da essência, e rumar para uma ilusão nos sentimos bem e então nos mantemos firmes e confiantes de que está tudo certo. Logo após arrebentar o pé tive, é claro, muitos questionamentos mas, de cara, sabia que algo teria que tirar daquilo tudo, afinal, a vida falou – Agora fique quieto um pouco e pense! – e foi o que fiz. Com o passar dos dias fui analisando a dinâmica pela qual vinha vivendo e fui adimitindo que talvez não fosse mesmo o melhor modo de aplicar a minha visão de mundo.
Dei então um profundo e difícil mergulho para dentro de mim mesmo, sendo franco e sincero (o que é bem dificil dependendo do ponto tocado) e segui indo. Ao final do processo ainda não sabia exatamente qual seria a nova dinâmica de viver que seria a que melhor traduzisse o meu interno mas aí o mesmo sincronismo que me trancou em casa, me tirou dela e essa nova dinâmica foi se configurando significando para mim uma nova e interessante vida.
Você já teve uma experiência que fez com que o rumo da sua vida mudasse totalmente? Ou algum fato que fez você mudar completamente a forma de pensar? Deixe registrado o que surgir na sua mente.

O que sobra

O que em nós é realmente da alma? Tendemos a achar que é a parte de nós que mais gostamos, que sentimos que nos identifica mais profundamente, mas isso ainda deve pertencer ao Ego. Por ser apegado a minha identidade e a minha vida acho isto meio sem graça mas, as vezes tudo está parecendo tão harmônico, beirando a bem-aventurança que faz sentir que a vida entrou no trilho que mais tem a ver com a forma com que vejo a vida e isto realmente dá a sensação de ser um viver ligado a alma mas, basta acontecer qualquer coisa que tire este trem dos trilhos para parecer que então aquilo tão harmônico agora não tem mais sentido – Tsá! Era tudo besteira! - E então me pergunto, se algo externo abala e põe em dúvida tão facilmente aquilo tudo então será que realmente tinha a ver com a alma? Este “se abalar” com certeza é coisa do Ego.
Uma vez me disseram que, quando machuquei o pé e tive que operar e tudo mais, eu mesmo tinha arrebentado o meu pé, eu mesmo criei esta pausa. Será que é aí que está a alma? É essa parte tão oculta que nem me dou conta de sua manifestação mas que rege meu caminho, ignorando o que acho e o que não acho do ponto de vista da minha mente cheia de apegos e erros de leitura. Será a alma o verdadeiro cocheiro da carruagem, dirigindo este veículo segundo as leis mais profundas do universo, que nossa mente passa a vida tentando pra no fim, com sorte, apenas arranhar o compreender?
E para você... o que sobra? O que é "seu" de verdade? Diga o que primeiro vier a mente.

Ajudar o Próximo nem tão Próximo

O ser-humano é incrível, “coitadinhas das criancinhas na África”, pobre daquele que você escutou histórias tristes mas nunca viu de perto. Quando há uma possibilidade real de ajudar, avaliamos as pessoas e as julgamos – “Esta merece” “Este não” – quando ambas tem igualmente carências (materiais ou não). É bem mais fácil escolher por aquele que nunca lhe mostrou defeitos comuns a todos os seres humanos mas que o seu Ego acha inaceitável já demonstrando um grande defeito, o da arrogância de julgar crendo ser isento de qualquer julgamento. Tem aquela frase popular... “fazer o bem sem olhar a quem” já diz tudo... faça uma tatuagem desta frase na sua testa ao contrario para lembrar-se todas as manhãs ao escovar os dentes. Se a moda pega, haja testa!rsrs
O que você acha que todos deveriam tatuar na testa ao contrário? O que as pessoas vivem "pregando" mas elas próprias se esquecem ou fazem diferente?

As Rédeas do Estar Sendo

Fácil acreditar que tudo ficará melhor quando as coisas estão bem, tudo parece tão harmonico, tão encaixado. Como tudo pode parecer tão impossivel de acontecer quando há incerteza olhada com insegurança. Por que a propensão é sempre para o mal final das coisas quando ainda está tudo em aberto? Isto prejudica e atrapalha, deve ser combatido. As frequências mais harmônicas para alinhar a realidade com a essência vem da correta postura mental, o mental que além de ser o grande gerador das nossas ações, dá o tom de nossa interação com o Universo e como ele responde á nós.
Então, ciênte disto, educamos e brigamos com a mente para que ela não se enverede cegamente sob o cabresto da ansiedade mas que mantenha firme a neutralidade, estando sempre aberta para tudo, a noção de tempo incutida em nossa mente nos dá a falsa noção de que, um roteiro definido vai se desenrolando, baseamos este roteiro nas experiências e vivências acumulados e , utilizando de logica e raciocinio, tendemos a esperar resultados e este esperar é influenciado pelo estado de espírito que se alterna em otimismo e pessimismo em relação ao futuro, entre a esperança e o medo (remo bodei). Devemos nos policiar e ter consciência de que o que “vamos sendo” ao longo do tempo está submetido a estes mecanismos e que a sensação que temos do que “vamos sendo” é influenciada e gerada por este mecanismo mas esta sensação não traduz necessariamente a realidade das coisas.

Existe a discussão sobre o que é a realidade e em um nível ela é mesmo o “mundo que percebemos” mas vale a pena exercitar vermo-nos fora do nosso próprio contexto para focar uma realidade mais ampla das coisas, vale a pena exercitar o desapego em relação a realidade que criamos em nossa mente atravez da interação com o meio para permitir que esta vá se enriquecendo ao longo da experiência humana de elementos vindos da realidade maior que conseguimos, com sorte pra não dizer esforço, ver de relance.

O universo é sempre neutro e sempre podemos utilizar suas leis neutras de acordo com nosso livre arbitrio para gerar a nossa realidade. E quando estamos entregues e inconscientes destes mecanismos utilizamos as leis neutras do universo de forma polarizada podendo criar uma realidade agradavel e desagradavel. Por isso deve-se lutar contra o dominio do pessimismo para que ele seja o maestro da nossa utilização das leis universais. Esta prática é difícil quando a dinâmica de nossa mente age sob a batuta do pessimismo e do desanimo pois é como um bêbado ter que se esforçar para andar em linha reta, ele está ciênte de sua situação mas, está ciência não o tira dela. Porém, o esforço consciente é válido e importante mas acima de tudo, antes de forçar a mente, de tentar controlar todo este processo é necessaria apenas uma coisa, simples como o Universo para que este mecanismo nunca seja motivo de preocupação. Basta apenas ficar no AGORA.

O passado e o futuro são conceitos, elementos da mente para funcionarmos de maneira prática no dia-dia e mais nada. Eles na verdade não existem, o fato de existir apenas o AGORA não é um conceito, uma ilustração para insentivar uma melhor maneira de encarar a vida. O AGORA é a única coisa que existe de verdade e, sendo esta uma verdade, todos os caminhos estão sempre abertos.

Algo sobre a realidade...

A lucidez que pode ir envolundo dentro da 3d, onde tudo é denso e dual, é um arduo caminho mas me parece que uma das mais nobres obras que um homem pode construir, pois em outra condição a luz e a clareza são obvias dada a perspectiva da qual a realidade é observada. Mas na condição humana na Terra, na qual todos vivem mergulhados numa realidade aceita por todos, somada as condições penosas da densidade com a dureza da dualidade tiram a obviedade da realidade mais profunda. Despertar e construir uma visão cada vez mais clara das coisas aqui é muito valioso e de muito mérito dada a dificuldade de enxergar além do concreto, sólido e denso, é claro que este mérito depende do que é feito com tal clareza mas se ela é genuína só pode gerar manifestações ligadas a grandeza de espirito.

Para dar um tom óbvio a este pensamento basta ulitizar do próprio mecanismo de como funcionam as coisas, observando das dimensões mais sutis para a 3d esta é perfeitamente compreensivel bem como é igualmente compreensivel que a 3d é apenas mais uma dimensão, mas daqui para as mais sutis simplesmente não vemos nada pois os niveis menos complexos não “enxergam” os mais comlexos sendo assim é necessário um exemplo no qual observamos algo menos complexo que nós para representar a 3d e assim a nossa perspectiva pode simular ser algo mais complexo que a 3d. Imaginando uma folha de papel com circulos desenhados, eles se movem pela superficie do papel, vivem e interagem e, na perspectivas deles, aquele leque de experiências naquela configuração espaço-temporal é a relidade, alguns circulos perguntam-se se não pode haver outras condições de existencia além daquela e muitos outros circulos questionam este questionamento em si, não entendem, não sentem que pode haver outras formas de realidade pois a sua condição física (ser um criculo num plano) é o concreto, é através dela que sentem e precebem tudo.
Desenvolvendo o exemplo desta forma podemos traçar muitos paralelos com as visões dos seres humanos mas não importa, imaginando agora a observação deste papel sobre a mesa e as interações e as “visões de mundo” dos circulos, alguns rindo dos que sentem que você existe e os observa, outros no canto do papel chorando e pedindo que você os ajude. É possivel também ir longe com esse aspecto do exemplo mas não é necessário.

Estamos numa realidade sobreposta por muitas outras mais complexas, e os que têm sua existencia nestas podem nos observar da mesma forma que nos é tão natural observar este papel com circulos. Nós, na 3d, não podemos “tocar” as realidades mais complexas e elas, sendo construidas a partir de frequências diferentes, tampouco nos “tocam”. Mas existe um ponto em que elas interagem, este ponto, do nosso lado, está nas pessoas sensíves e abertas que sintonizam frequências como um rádio. Esta sintonia tem enorme variação quanto a qualidade de recepção e intensidade de sinal e a ela são atribuidos infinitos nomes e formas, dependendo na condição cultural, social e temporal dos seres humanos que dela falam ou usufruem.

Muitas linhas exotéricas falam que pode-se viver como se estivesse na 5d mesmo estando manifesto na 3d. O que marca muito a 3d é a dualidade, creio que dizer “pode-se estar na 5d mesmo estando na 3d” tem a ver com a foma que lidamos com a dualidade. Quando sua vida flui bem, com tudo se movimentando de forma a deixa-lo sentindo-se bem harmonico, você fica com medo de perder algo? Questiona-se se é possivel tal plenitude? Pense de forma bem neutra, você chega a sentir falta de viver algum drama de alguma forma? Se para alguma pergunta deste tipo você precisa pensar mais de um segundo para dizer “não” significa que você ainda está atachado à 3d, apegado a dualidade, precisando dela para crescer e ser impulsionado a unica coisa para a qual aqui nos manifestamos, evoluir.

Analogia

"Seguir o curso do rio... melhorando o barco e aprimorando o barqueiro"

Na frase temos os elementos:

-rio = vida... manifestação do universo
-barquinho = corpo... "eu" manifesto
-barqueiro = espirito

A frase ilustra o cenário de nossa existência, na qual correlacionam-se estes elementos, um submetido ao outro, cada um com suas propriedades, dinâmicas, capacidades e limites. Entender a existência neste prisma leva ao entendimento dos rítimos das coisas, das mais profundas as mais banais. Demonstra que estamos dentro de um contexto com suas leis baseadas na dualidade e na evolução. Não é possível considerar um dos elementos sem levar em conta os demais, focar em ampenas um deforma o entendimento trazendo ansiedade e incompreensão. Entender os limites de ação e de manifestação do barco é importante pois equilibra o barqueiro. Melhorar o barco sem aprimorar o barqueiro é um desperdício de estrutura, assim como aprimorar o barqueiro sem cuidar do barco, é ilógico pois cria-se um potencial que não pode se expressar na sua melhor forma e, represando-se traz frustração.
Quanto ao rio, é possível sempre estuda-lo, medindo, calculando, observando e com isso antever seu humor mas, nunca sabemos quando haverá uma curva mais rápida, uma pedra ou uma queda então o barqueiro deve estar atento a cada instante, preparado para tudo no aqui e agora, para qualquer manobra necessária, e assim se divertir, descendo o rio com harmonia emoção. Lá na frente esse rio desemboca no oceâno e tanto tanto ele quanto o barco e barqueiro se tornarão parte da mesma imensidão quando vistos de cima e de longe. E o rio parecerá uma trilha, única e bem definida, como a vida de cada ser humano.

Mundo Interno X Mundo Externo

É interessante observar a diferença do viver no mundo interno e no mundo externo. Quando, por qualquer motivo, vivemos situações no mundo interno, existe um fluxo, um timming todo harmônico com nosso estado de espírito, se estamos ansiosos, tudo ocorre na velocidade que esta ansiedade exige para que ela nem mesmo seja percebida.
Quando então resolvemos interagir com o meio externo para viver alí aquela mesma situação percebemos o choque, a diferença de fluxo e de timming como estar correndo a toda velocidade e de repente mergulhar num bolco enorme de gelatina, os movimento exigem mais esforço agora e tudo tem outro rítimo, este rítimo é o do Universo, da densidade e compreender esta diferença de rítimo é fundamental para evitarmos as frustrações e ansiedades que vem da percepção de que as coisas não acontecem como planejamos.