terça-feira, 4 de agosto de 2009

Querer controlar

Toda tentativa de compreender o funcionamento das coisas pode transparecer grande espiritualidade e trazer com o tempo um lapidar da visão de mundo, tornando-a mais equânime e profunda, mas por mais que estes “ganhos” sejam reais e legítimos, parecem também o efeito colateral de uma tentativa desesperada de compreender a vida para controlá-la, para assim se proteger da sua instabilidade, por mais que a consciência de como esta tentativa é inútil já tenha sido agregada ao sistema, este reflexo permeia os atos mentais. Tudo é transitório, uma posse, um relacionamento, uma conversa, um pensamento, mesmo que algo dure ciquenta anos, ainda é transitório, e o conjunto da transitoriedade de todas as coisas dá a impressão de instabilidade porque algo está sempre vindo e algo está sempre indo.
A compreensão dos processos do Universo então devem trazer o equilíbrio e a neutralidade necessárias para se estar sempre preparado para todo este ir e vir sem aviso ou despedida e não para a crença de que qualquer coisa possa ter sua dinâmica controlada totalmente. Isto se correlaciona com o exercício do Livre-Arbítrio pois treinar o desprendimento desta necessidade toda é uma escolha, mas ao mesmo tempo este treino pode ser resumido de forma bem simples, basta estar sempre no agora de verdade
Quando estamos no AGORA, os fantasmas do passado e os medos do futuro saem do foco mental e por tabela a necessidade de controlar é desativada.
E você? Consegue ficar no AGORA? O que tira você da única coisa que tem, este momento?

Um comentário:

  1. Ficar no agora seria uma boa solução para a ansiedade que é gerada toda vez que vivemos acelerados no plano mental, e nos esquecemos que num plano mais denso tudo é mais lento...O problema é que o agora que nos traz fascinio nos faz querer cada vez mais, e deixamos escapar uma olhada lá pra frente...

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