quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Escolhas no Agora

Quantas vezes nos pegamos praguejando o Universo e o “destino” por estarmos descontentes com nossa configuração de vida? É necessário compreender que tudo é escolha. Esta configuração que amaldiçoamos é a somatória das consequências das nossas escolhas passadas, neste nível, criamos nossa realidade. A vida é escolha no Agora, tudo que temos é “este momento” e o que fazer dentro dele (escolha), sendo assim, estamos sempre escolhendo ( criando nossa realidade futura).

A grande chave é entender o timming das coisas, a realidade de agora é fruto do conjunto de consequências das escolhas passadas e a realidade futura será a somatória do conjunto de consequências das escolhas do agora portanto, o foco e o equilíbrio no agora são os elementos necessários para trilhar um caminho bem-aventurado.

Existe uma diferença de rítimo entre algo vivido no nível mental e quando isto é vivenciado através da interação com o mundo externo, é como movimentar-se com desenvoltura por um meio e, derrepente, ver essaa velocidade e desenvoltura tornarem-se mais trabalhosas e difíceis por se darem agora num meio mais denso; entender a diferença entre estes rítimos é importante para evitar a ansiedade e não perder a simplicidade de estar no agora.

Pensar no futuro para “planejá-lo” ou relembrar o passado tem sua função, mas não deve-se apegar-se à eles, ficando assim preso em um ou no outro, servem como bagagem para fazer escolhas mais harmônicas no agora e mirar um objetivo claro respectivamente. Um objetivo no futuro é algo para se mirar mas também não é necessário apegar-se a ele, pois o foco no mesmo pode ser apenas um instrumento para leva-lo por caminhos novos e não planejados.

Se o apego ao objetivo estabelecido for acentuado demais torna-se difícil enchergar os frutos que podem aparecer pelo caminho traçado através do foco em um determinado objetivo, sendo que, muitas vezes, pode-se chegar até mesmo a negá-los, alimentando assim um processo de escolhas menos harmônicas.

Tudo é uma rede que interliga as escolhas de todos o tempo todo, de forma complexa e líquido, se cada um harmonizar suas próprias escolhas, confiantes e serenos no aqui e agora o grande corpo chamado humanidade pode potencialmente exibir sua forma geométrica simétrica e perfeita.

Santo de Casa Não Faz Milagre

Esta sábia frase popular sintetiza uma dinâmica crucial do comportamento humano sobre o qual reflito muito, várias das vezes em que estou com algum destes assuntos sobre os quais escrevo na cabeça, eles acabam convergindo para o assunto desta frase, os rótulos.

O ser-humano precisa de um santo, um mestre, um gurú, enfim, uma referência de sabedoria para confiar e acreditar. Dentro deste mecanismo a fonte do saber “tem que” estar em outro patamar, só assim “é possível” ter condições para indicar o caminho.

A lógica deste mecanismo se baseia no rótulo, ou seja, em como uma pessoa “precisa” ver alguém de uma certa maneira para lhe dar o crédito suficiênte para escutá-la de verdade.

O rótulo “O Mestre” é o envólucro da perfeição, tendo nobreza, elevação, humildade e sabedoria e não tendo defeitos, fraquezas ou pequenisses. Mas, por vezes muitos que são Mestres questionam e sofrem, mestres têm ciclos, mestres são humanos, são pessoas, mas isto não é suficiente para o ser-humano, para ele apenas aquele que conciliou a dualidade e não titubeia diante dela pode iluminar o caminho.

Este assunto poderia se extender bastante pois o apego aos rótulos limita preocupantemente a existência e a criação de uma realidade mais feliz mas encerrarei por aqui com um exemplo.

Quantas coisas simples e valiosas um amigo, uma mãe ou uma criança já disseram a uma pessoa mas nem arranharam a superficie de sua alma porque a lente através da qual esta pessoa lê a realidade rotula este amigo, mãe ou criança, esta lente vê seus defeitos, vê que são humanos, que são tão humanos quanto ela, logo, não podem passar algo mas profundo.

Sendo assim, não permitimos que a pessoa que está “logo ao lado” ilumine nossa vida, assim como temos dificuldade de iluminar o nosso entorno. Por que...? Porque santo de casa não faz milagre horas!rsrs

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Querer controlar

Toda tentativa de compreender o funcionamento das coisas pode transparecer grande espiritualidade e trazer com o tempo um lapidar da visão de mundo, tornando-a mais equânime e profunda, mas por mais que estes “ganhos” sejam reais e legítimos, parecem também o efeito colateral de uma tentativa desesperada de compreender a vida para controlá-la, para assim se proteger da sua instabilidade, por mais que a consciência de como esta tentativa é inútil já tenha sido agregada ao sistema, este reflexo permeia os atos mentais. Tudo é transitório, uma posse, um relacionamento, uma conversa, um pensamento, mesmo que algo dure ciquenta anos, ainda é transitório, e o conjunto da transitoriedade de todas as coisas dá a impressão de instabilidade porque algo está sempre vindo e algo está sempre indo.
A compreensão dos processos do Universo então devem trazer o equilíbrio e a neutralidade necessárias para se estar sempre preparado para todo este ir e vir sem aviso ou despedida e não para a crença de que qualquer coisa possa ter sua dinâmica controlada totalmente. Isto se correlaciona com o exercício do Livre-Arbítrio pois treinar o desprendimento desta necessidade toda é uma escolha, mas ao mesmo tempo este treino pode ser resumido de forma bem simples, basta estar sempre no agora de verdade
Quando estamos no AGORA, os fantasmas do passado e os medos do futuro saem do foco mental e por tabela a necessidade de controlar é desativada.
E você? Consegue ficar no AGORA? O que tira você da única coisa que tem, este momento?