quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crianças no Gira-Gira

Um grande exercício para buscar flutuar menos entre as polaridades da dualidade é tentar, mesmo estando mais próximo do seu polo negativo, manter vivo e fresco na consciência tudo aquilo de elevado e inspirador que foi alcançado quanto tudo estava “bem e estável”. Porque é bem comum "amaldiçoar" as próprias conclusões quando as coisas já não estão fazendo tanto sentido.
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É como quando as crianças brincam no gira-gira, elas aceleram cada vez mais, rindo e gritando, é cada vez mais difícil manter-se firme no brinquedo, tendo exigida muita força dos braços que agarram firme e evitam que o corpo seja atirado para fora do brinquedo. O centro do gira-gira representa o equilíbrio, a força que tenta atirar as crianças para longe deste centro são todos os obstáculos da vida que nos cegam para a real natureza das coisas, a área que circunda o gira-gira representa os estados de espírito gerados quando o ser-humano se entrega á qualquer extremo, perdendo-se e distorcendo sua visão de mundo.
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A tentativa constante da criança manter-se presa ao brinquedo agarrando-o firmemente com os braços, tentando alcançar seu centro, onde tudo é dinâmico mas equilibrado é exatamente este exercicio de, mesmo estando na dinâmica que afasta do centro, manter a “mira” neste mesmo centro. Quanto mais firme é este treino, mais firme se mantém neste eterno movimento rumo ao centro “do gira-gira”.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Experiência da Separação

O homem experiencía tudo que se relaciona a “ser um indivíduo” porque experiencía, antes de mais nada, a Separação. Ter a consciência individual é ter a sensação de estar separado do todo, trazendo muitas experiências impossíveis de serem vivídas quando se esta completamente consciênte da ligação que se têm com este todo. Somos uma fração deste todo manifesta por meio de um copro físico e esta condição nos trás todo o pacote de sensações inerentes ao ser-humano. Quando um ser-humano “desperta” ele torna-se consciênte da Separação logo, sofre ou ilude-se menos diante das coisas do mundo. Quando um ser-humano “se ilumina”, ultrapassa a consciência da separação, alcançando um outro patamar da existência.
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A experiência da separação serve para mergulharmos em perspectivas que, com muito ou pouco custo, nos sirvam para crescer e nos aprimorar profundamente. E para isso acontecer tem que ser “de verdade” ou seja, na carne, então, nascemos totalmente esquecidos disso e assim, podemos viver coisas como a solidão, a angustia e a saudade e assim aprender com estas coisas, entendendo que precisamos dos outros humanos, precisamos nos harmonizar com eles, numa busca constante de simular este retorno ao todo mal sabendo que, na verdade, nunca fomos separados de nada.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Uma Longa Linha

O mundo físico é neutro, ele é o palco que permite qualquer manifestação e, embora apenas escolhas harmônicas com a essência evoluam o espirito, este palco permite a manifestação a partir de qualquer escolha possível. Tem que haver a possibilidade delas ocorrerem, se assim os seres manifestos decidirem, pois é na sua ocorrência somada à toda rede de consequências que estes seres aprendem, mesmo que suas escolhas estejam baseadas em pensamentos tão cristalizados que elas se repitam indefinidamente, configurando um padrão.
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Numa persperctiva mais ampla da linha do tempo da existência, este “indefinidamente” é um piscar de olhos, nela, o ser manifesto vai, no seu rítmo, conciliando a dualidade existente dentro dele e então, embora o palco neutro do mundo físico permita qualquer manifestação, suas escolhas flutuarão cada vez menos entre os polos da dualidade atingindo o caminho do meio, onde tudo cabe na medida certa. A partir deste ponto, nessa linha do tempo, o ser manifesto vê tudo como realmente é, tornando-se neutro como o proprio mundo que o suporta, agindo então com total equilibrio, a isto se chama equanimidade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

E lá se foi...

Nos deparamos sempre com a constante transformação do ser em uma nova versão de si mesmo e, por mais que tente fixar algumas destas versões, ainda sim elas continuam indo e vindo. Este é o processo que leva a constatação de que não "somos algo" mas "estamos sendo", sempre flutuando ao longo do rio da vida, escolhendo quais lobos alimentar dentro de nós, com a ilusão de possuir livre-arbítrio, de possuir um grande pacote de escolhas senão a de seguir a essência.
Sim, não há muitas opções a "escolher", uma vez que, se você escolher não seguir sua essência, ou o que sua alma pede, só estará dando uma volta maior para chegar no mesmo lugar. Não há saída senão aprender a flutuar por este rio vasto e desejar sempre o que ele trás no momento, se o rio trás lama, desfrute essa lama com profundidade, se o rio trás água quente, não deseje água fria para refrescar, pois deixará de desfrutar a água quente e além do mais, nada mais dinãmico que o fluir de um rio, então saiba, a água fria uma hora virá e aí, sentiras saudade da água quente?
Desejar o que o rio trás nada tem a ver com conformismo em relação aos fatos da vida mas com aproveitar com plenitude a única coisa que se tem de verdade, o Agora.
O ser humano não é um eterno insatisfeito, é um ser que sempre deseja o "por vir", deixando o presente passar batido, porque é mais feliz vivendo o futuro ideal dentro da mente do que a simplicidade e sutileza do momento presente... ... ....E lá se foi uma vida inteira...

Entre e Além

O nascimento e a morte são as portas de entrada e saída do mundo manifesto é nada mais, sendo que há muito "entre" e "além" destas portas. Com relação ao que está "além", cabe a cada um, conforme seu caminho, buscar o entendimento mas, a dinâmica do que há "entre" elas não deve ser ignorada pois, independente do seu entendimento, é por ela que permeamos no espaço-tempo e definimos com que refinamento dele saímos.

Dualidade na Densidade

A densidade não é algo fácil para o homem comum, aqui há muitas coisas que tiram o foco, que drenam e perturbam e, as mais temerárias delas, coisas que fazem alterar o estado de espirito, nos fazendo perceber como bobagem ou ilusório o que pensavamos quando “estava tudo bem e equlibrado”. Ah a densidade! Nela estamos mergulhados fisicamente, atrelados, ligados, dela somos feitos.
Temos que aprender uma série de coisas para se manter como fonte da prórpia calma e força, não importando os estimulos externos para, aí sim, fazer o que vai realmente valer a pena mas, atingir essa condição exige tanto esforço que é melhor não ter ansiedade para com ela pois pode ser que esta busca em si já seja o grande exercicio da experiência humana.
No caminho para esta condição, enquanto ela não chega pra valer, é melhor aceitar a própria instabilidade, evitando assim o culpar-se, o julgar-se e perceber que, como humanos, temos a dualidade dentro de nós e equanto não atingirmos total equilíbrio e “caminho do meio” conciliando a dualidade, então ainda seremos instaveis, pois ainda flutuaremos entre os polos. Então, busque essa conciliação da dualidade, buscando a medida certa de todas as coisas, sendo potencialmente todas e nada ao mesmo tempo mas, de maneira tão acelerada que nada exagera nem falta.
Até lá aceite, você é humano e esta no mundo das coisas densas portanto você é instavel pois tem a dualidade dentro de si.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tempo - Espaço

Todos chegam da mesma forma que partem
Então não importam as partidas e chegadas
Mas o homem vive a mercê de como chegou
Preocupando-se com a tal partida
Ousado daquele que trata apenas de ir sendo
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Estando no aqui e agora
Sabendo que nada mais há
Partidas e chegadas tem sentidos opostos
Ainda que sejam igualmente passagens
Certo que servem para permitir
O grande exercício de evoluir