quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Santo de Casa Não Faz Milagre

Esta sábia frase popular sintetiza uma dinâmica crucial do comportamento humano sobre o qual reflito muito, várias das vezes em que estou com algum destes assuntos sobre os quais escrevo na cabeça, eles acabam convergindo para o assunto desta frase, os rótulos.

O ser-humano precisa de um santo, um mestre, um gurú, enfim, uma referência de sabedoria para confiar e acreditar. Dentro deste mecanismo a fonte do saber “tem que” estar em outro patamar, só assim “é possível” ter condições para indicar o caminho.

A lógica deste mecanismo se baseia no rótulo, ou seja, em como uma pessoa “precisa” ver alguém de uma certa maneira para lhe dar o crédito suficiênte para escutá-la de verdade.

O rótulo “O Mestre” é o envólucro da perfeição, tendo nobreza, elevação, humildade e sabedoria e não tendo defeitos, fraquezas ou pequenisses. Mas, por vezes muitos que são Mestres questionam e sofrem, mestres têm ciclos, mestres são humanos, são pessoas, mas isto não é suficiente para o ser-humano, para ele apenas aquele que conciliou a dualidade e não titubeia diante dela pode iluminar o caminho.

Este assunto poderia se extender bastante pois o apego aos rótulos limita preocupantemente a existência e a criação de uma realidade mais feliz mas encerrarei por aqui com um exemplo.

Quantas coisas simples e valiosas um amigo, uma mãe ou uma criança já disseram a uma pessoa mas nem arranharam a superficie de sua alma porque a lente através da qual esta pessoa lê a realidade rotula este amigo, mãe ou criança, esta lente vê seus defeitos, vê que são humanos, que são tão humanos quanto ela, logo, não podem passar algo mas profundo.

Sendo assim, não permitimos que a pessoa que está “logo ao lado” ilumine nossa vida, assim como temos dificuldade de iluminar o nosso entorno. Por que...? Porque santo de casa não faz milagre horas!rsrs

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